Project Co-Lab Walk my city free is a EEA Grants co-financed project initiated in 2020.
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As cinco conversas em torno da importância de caminhar, numa cidade que nos deve abraçar, acontecem em livestreaming no Facebook da Corações Com Coroa e no canal Youtube @Coletivo Zebra.
O principal objetivo é a aquisição e partilha de conhecimentos e ferramentas, numa reflexão que envolve oradores nacionais e internacionais.
Nestas cinco conversas vão ser dados contributos para a construção de uma cidade ainda mais convidativa, ainda mais segura, ainda mais inclusiva, que nos abraça verdadeiramente.
O ciclo arrancou a 8 de setembro e prolonga-se até 21 de setembro. As conversas começam às 21h, têm duração de uma hora, sempre em direto no Facebook.
First of all, it seems like the people interviewed do not make big distinction between men and women when it comes to the need of promoting walking/physical activity, and this (based on our experience) is probably because in Norway women are rather active as compared with men, especially when it comes to ‘low-threshold’ activities such as walking (see table in the attachment).
Altogether, it seems like all three interviewed agree with the fact that walking in the neighbourhood (or, as typical for Norway, walk in nearby nature trails) is very important for supporting regular physical activity, especially among those who are less active and want to become more active. The presence of the walking trails alone, however, is not sufficient, so that the municipality needs to facilitate access to these features through information and marking/signalling. Facilitating social support (e.g. organizing groups via Facebook) or using some form of gamification/challenge (see e.g. the “Pole hunting” and the “Tip å top” initiatives described in the interviews) are also seen as very effective ways to encourage participation.
For what concern the issue of perceived safety, I think the responses here are very typical for the rural-Norway context: fear of being robbed or raped are not a major issue, while there might be some concerns regarding wild animals and the darkness (in the winter). Here I believe we would get some different responses if we talked with experts in Oslo.
Para o desenvolvimento deste estudo consultámos diferentes organizações representativas da mulher e das questões relacionada com o género, nas cidades e na sociedade portuguesa.
Colocámos três perguntas como base:
A muito representativa APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, respondeu-nos que adere com determinação à discussão e intervenção: “Parece-nos fundamental discutir estes constrangimentos associados ao género, até porque as situações de importunação sexual, de comentários objetificadores e machistas no espaço público são muito presentes e as vítimas são mulheres na sua grande maioria”.
A REDE ANIMAR, com delegações por vasta parte do território urbano português, destaca que “o sexismo presente em muitos casos nas ruas é um constrangimento para muitas mulheres e jovens mulheres/adolescentes, nomeadamente na escolha por onde andar”.
Esta REDE ANIMAR avança propostas concretas para melhorar a segurança e o conforto nas ruas / nas avenidas / nos jardins, relacionada com o andar a pé na cidade:
“Boa iluminação noturna, existência de pequeno comercio promovendo a circulação de pessoas, campanhas de combate à cultura de tolerância em relação ao sexismo, segurança nos parques como a existência de profissionais de limpeza e outros, existência de equipamentos favoráveis ao uso dos parques e jardins (infantil, para praticar atividades físicas, de repouso e atividades de grupo, sanitários, equipamentos para amamentação, equipamentos facilitando o uso por pessoas com deficiências), ruas, jardins e parques cuidados, limpos com piso cuidado e forma a promover o seu uso diário pelas pessoas, evitando zonas demasiado isoladas.”
O Grupo COOLABORA, respondeu com expressão de entusiasmo por este tema estar a ser estudado. Expressa: “Os constrangimentos são imensos, mesmo em cidades de dimensão média onde o assédio sexual às mulheres também é comum.”
O CooLabora defende “melhor iluminação nas ruas, melhor planeamento dos espaços públicos, com auscultação dos vários grupos sociais que os usam (mulheres, jovens, idosos, crianças, et.) campanhas contra o machismo, campanhas de empoderamento das mulheres.”
O grupo ValsaVou também expressou entusiasmo por o tema “a mulher a andar a pé na rua” estar a ser tratado. E diz-nos: “Os nossos corpos não passam despercebidas nas deslocações, por mínimas que sejam. Em muitos casos, para além dos constrangimentos estruturais mais rotineiros – que acabam não sendo vistos/reconhecidos como violências, dependendo do local ou hora ou “passabilidade” dessas pessoas (pessoas não-brancas, trans, não-bináries, corpas gordas, pessoas com deficiência, mulheres idosas, pessoas grávidas e outras) – a violência pode ser ainda mais explícita e realmente colocar em risco sua integridade física e mental”.
O Coletivo AcessoCultura inquieta-se pela resignação de muitas mulheres e assume: “ É inquietante que a grande maioria entre nós não esteja consciente dos constrangimentos e que mesmo as pessoas visadas encarem a pressão do assédio como algo natural, um facto da vida”
Um outro coletivo de mulheres, a Associação ComuniDária, expressa alarme “É no andar a pé que muitas mulheres são confrontadas com o abuso violento decorrente do género feminino”.
Todas estas e outras associações defendem a discussão pública da “realidade tensa” que é “a mulher a andar a pé na cidade”.