“A sociedade tem de compreender que estamos perante um problema sério, que já está no nível de crise”, disse o Diretor-geral da OMS em entrevista ao Jornal do Coletivo Zebra. Tedros Gebreyesus alertou que “já estamos atrasados, não podemos esperar mais” para lançar resposta robusta ao sério problema da muito baixa atividade física das pessoas, o que constitui grave problema de saúde.
Os números assustam, poderosos: por todo o mundo, um em cada cinco adultos e quatro em cada cinco adolescentes (11/17 anos) não praticam a atividade física considerada suficiente. O Diretor-geral da OMS lembra nesta entrevista ao JZ que “70% das mortes em cada ano no mundo são causadas por doenças não transmissíveis”. É o caso do ataque cardíaco ou acidente cardiovascular, da diabetes e de cancros da mama ou do cólon. A prática de atividade física – o andar a pé é um passo decisivo – está cientificamente reconhecida como antídoto perante esse tipo de doenças.
O GAPPA, plano de ação global para a atividade física, que teve lançamento mundial na Cidade do Futebol, em Oeiras, às portas de Lisboa, propõe a todos os países do mundo um conjunto de 20 ações prioritárias pensadas para resolver fatores culturais, ambientais e individuais que influenciam o sedentarismo.
O Diretor-geral da OMS mostrou nesta visita a Lisboa entusiasmo por práticas como o “Walk with a Doc”. Foi, aliás, experimentar: acompanhado pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, aproveitou a viagem a Lisboa para ir à Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa, e a partir dali, no número 43 da Rua da Palma, acompanhar uma caminhada pela Baixa lisboeta, conduzida pela equipa de médicos e enfermeiros daquela USF. Cristiano Figueiredo é o médico que iniciou na USF Baixa esta prática “Walk with a Doc”, que replica a iniciativa lançada em 2006, no Ohio, nos Estados Unidos, pelo cardiologista David Sabgir.